sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Jamais escravos do trabalho


· Na audiência geral o Papa Francisco falou da importância da festa e denunciou os ritmos desregrados que provocam vítimas entre os jovens ·

«Nunca devemos ser escravos do trabalho»: recomendou o Papa Francisco na audiência geral de quarta-feira, 12 de Agosto. Falando mais uma vez sobre a família com os milhares de fiéis reunidos na sala Paulo VI, o Pontífice deu início a uma «reflexão sobre três dimensões que ritmam a vida familiar: a festa, o trabalho, a oração». 
E se os últimos dois temas serão tratados proximamente, hoje o Papa reflectiu sobre a festa, que considera «uma invenção de Deus». Porque, explicou, o próprio «Senhor nos ensina a importância de dedicar um tempo a contemplar e a gozar do que foi bem feito no trabalho». Consequentemente, «a festa não é a preguiça de permanecer na poltrona, ou a embriaguez de uma evasão tola». Não, ao contrário, «a festa antes de tudo é um olhar amoroso e agradecido sobre o trabalho bem feito».
Eis então o convite aos recém-casados a festejar «o trabalho de um bom tempo de noivado»; a pais e avós, a fim de que criem ocasiões de festa «para ver os filhos ou os netos que crescem». Mas sobretudo, prosseguiu o Pontífice, é preciso dedicar tempo à festa, suspendendo o trabalho profissional. De facto, afirmou com força, as festas são sagradas, porque recordam «ao homem e à mulher que são feitos à imagem de Deus, o qual não é escravo do trabalho, mas Senhor. Há um mandamento para isto, um mandamento – advertiu Francisco – que diz respeito a todos, ninguém excluído! Mas sabemos que há milhões de homens e mulheres, e até crianças, escravos do trabalho! E isto é contra Deus e contra a dignidade da pessoa humana!». Eis então a denúncia da obsessão do lucro económico e do eficientismo da técnica que «põem em risco os ritmos humanos da vida». De resto, frisou o Papa, «o tempo de repouso, sobretudo dominical, é destinado a nós para que possamos gozar do que não se produz nem se consuma, não se compra nem se vende». Mas, «a ideologia do lucro e do consumo quer devorar até a festa», que «às vezes é reduzida a um “negócio”, a um modo de ganhar dinheiro para depois o gastar». Ao ponto que Francisco definiu «a avidez do consumar, que inclui o desperdício», um «vírus terrível» que «nos deixa ainda mais cansados». São testemunhas disto os chamados «massacres da noite de sábado», porque «os ritmos desregrados da festa provocam vítimas, frequentemente jovens».
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